Existe uma temporalidade ocidental, constituída pela colonização e pelos interesses neoliberais, que singulariza o contemporâneo na Amazônia e no planeta. Ela orquestra as distopias, que não permitem pontos de fugas. Tudo parece consumado na Grande Floresta, e suas narrativas e práticas dissolvem o futuro. Em outra instância de sentidos, mas dentro da mesma episteme, as utopias escutam as vozes indígenas e dos povos subalternizados pela exploração econômica, visibilizam outros possíveis para a existência humana e alimentam o sonho do bem viver. Cosmovisões irreconciliáveis! Os interesses internacionais e o colonialismo interno são ferozes com a Floresta. Poderia uma segunda Cabanagem conter essa tragédia já intensamente estruturada? Por outro lado, é aqui, nessas baixas latitudes, próximas ao Equador, que o céu tem mais estrelas. Quem sabe ainda seja possível ouvi-las para traçar novas trajetórias que valorizem a vida e permitam adiar o fim do mundo. Este livro faz um convite a essas reflexões. [Ivânia dos Santos Neves] Organizador: Marcos Colón Projeto Gráfico: Negrito Design Ilustração da Capa: Denilson Baniwa, Cobra do Tempo, 2017.
Autor: Marcos Colón (Org.)
1 ed. | 2025
336p.
Editora Ateliê